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COLUNA PSICOLOGIA
Psic. Lucivani Soares Zanélla

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ADOLESCÊNCIA E PUBERDADE


De acordo com Outeiral (2005) o termo adolescência vem do latim ad (a, par) e olescere (crescer), significando a condição ou processo de crescimento. Desta forma, por se tratar de um processo, seria impossível estabelecer limites fixos para o início ou fim da adolescência em termos cronológicos (referindo-se a idades de início e término), pois estes limites mudam de acordo com a cultura da sociedade na qual o adolescente está inserido.

A Organização Mundial de Saúde, procurando sistematizar esta questão, estabelece esta etapa evolutiva como compreendida entre os dez e os vinte anos.

Por sua vez, no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que adolescente seria toda pessoa entre 12  anos e  18 anos, ou seja, a partir dos 18 anos não seria mais considerado adolescente para os termos da lei.

Eduardo Kalina (apud Outeiral, 2005 p.243) “enfatiza que o estudo da adolescência nos conduz à observação de um fenômeno complexo, que se desenvolve por um longo período,caracterizado por fenômenos progressivos e regressivos que atuam alternada ou simultaneamente, abarcando todas as áreas da personalidade: corpo, mente e mundo externo.”

Peter Blos, (apud Outeiral, 2005 p. 243) ao conceituar puberdade e adolescência,

“descreve a puberdade como um fenômeno predominantemente biológico e que compreende, basicamente as transformações corporais; e o termo adolescência os componentes psicológicos deste processo, que é constantemente determinado,modificado e influenciado pela cultura  e pela sociedade. É ecessário,entretanto ressaltar que nem sempre a puberdade antecede a adolescência, como poderia parecer, pois, muitas vezes, as mudanças psicológicas começam antes das corporais.”

Já de acordo com Maurício Knobel (apud Outeiral, p. 243-244) as características da adolescência podem ser observadas através de uma série de manifestações da conduta, as quais constituiriam a Síndrome da Adolescência Normal, sendo esta “síndrome”  

 


composta pelas seguintes características:

  1. Busca de si mesmo e da identidade.
  2. Tendência grupal.
  3. Necessidade de fantasiar.
  4. Crises religiosas
  5. Alterações na noção do tempo.
  6. Evolução sexual
  7. Atitude social reivindicatória.
  8. Contradições na conduta.
  9. Separação progressiva dos pais.
  10. Constantes flutuações de humor e do estado de ânimo.

Cabe ressaltar que estas características da Síndrome Normal da Adolescência são muitas vezes encaradas por pais e professores como sinais de “patologia de ordem psicológica”, quando na verdade, são características próprias de uma etapa evolutiva do ser humano.

Mas, também é importante ressaltar que, em alguns adolescentes algumas das características anteriormente citadas podem assumir um caráter psicopatológico e vir a necessitar de ajuda especializada quando alguma delas manifestam-se de maneira muito intensa e geralmente assumem proporções agressivas ou depressivas.

Para que a saúde mental do adolescente evolua favoravelmente durante o desenrolar desta “síndrome” é importante a participação de pais e professores oferecendo espaços de escuta e acolhimento de suas dúvidas e angústias sempre que o adolescente demonstrar necessidade de diálogo.

 

Referências Bibliográficas:
Lei 8.069 de 13 de julho de 1990.
Outeiral, José Outoni - Clínica Psicanalítica de Crianças e Adolescentes-Desenvolvimento, Psicopatologia e Tratamento- Segunda Edição-Editora Revinter,2005.

Lucivani Soares Zanélla
Psicóloga
CRP 08/09127
Especialista em Saúde Mental e Intervenção Psicológica
Contato: (44) 9808-0684

 

 

COLUNAS ANTERIORES

 

CONSIDERAÇÕES SOBRE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

 

Este é um assunto que atualmente se faz muito presente no cotidiano de educadores e pais, pois estimativas da literatura apontam que algo em torno de 3 a 5% das crianças, em idade escolar, podem apresentar esta modalidade de transtorno.

Mas, afinal o que é o déficit de atenção e hiperatividade?

De acordo com o DSM IV (Diagnostic and statiscal manual of mental disorders) o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é definido como um problema de saúde mental.

Este tipo de transtorno costuma ocasionar um grande impacto nas esferas da vida familiar, escolar e social da criança ou adolescente. A principal característica deste tipo de transtorno é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, tendo em vista que em alguns casos podem ser observados a ocorrência somente da desatenção, em outros somente da hiperatividade ou ainda a ocorrência simultânea dos dois tipos de sintomas. A intensidade destes sintomas na criança diagnosticada com estes padrões de comportamento freqüentemente é mais severa do que quando comparado a outras crianças da mesma idade e que estão no nível equivalente de desenvolvimento.

Algumas características:

-Inquietação motora e períodos reduzidos de atenção abaixo do que seria esperado para a faixa etária.

-Os sintomas acontecem em vários ambientes, na casa, na escola e em outros lugares em que a criança conviva. Portanto, se a criança manifesta os sintomas somente em um ambiente, como por exemplo, só na escola ou só na casa, deve-se criteriosamente avaliar qual outro fator pode estar desencadeando o comportamento. Muitas vezes confunde-se criança com falta de limites com criança hiperativa, por isso a importância de uma avaliação criteriosa realizada por equipe multiprofissional.

-Em alguns momentos a criança parece estar no “mundo da lua”, distrai-se facilmente com qualquer ruído que para outras crianças passam despercebidos, muitas vezes essas crianças são tidas como desobedientes, preguiçosas, inconvenientes ou mal-educadas.

Estas crianças apresentam dificuldade em adaptar-se ao meio em que vivem e corresponder às expectativas de seus pais e professores e estes também tem dificuldades em como saber lidar com elas.   

Frequentemente apresentam baixa tolerância à frustração, por este motivo acabam se envolvendo constantemente em conflitos no ambiente escolar e doméstico e por serem sempre alvo de repetidas correções e muitas vezes serem “castigadas” acabam também desenvolvendo problemas relacionados à auto-estima.

Em casos de suspeita de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade deve-se procurar recorrer a profissionais com experiência na área de saúde mental infantil tais como psicólogos, pediatras e neuropediatras. O diagnóstico deve contar também com a participação dos pais e dos professores envolvidos com a criança.

O tratamento envolve a associação de terapia medicamentosa (conduzida e acompanhada por médico especializado), terapia psicológica, orientação a pais e professores, acompanhamento psicopedagógico.

 

Referência Bibliográfica consultada: Benczik, Edyleine B. P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.

Lucivani Soares Zanélla
Psicóloga
CRP 08/09127
Especialista em Saúde Mental e Intervenção Psicológica
Contato: (44) 9808-0684

 

 

 

A IMPORTÂNCIA DO SONO PARA O BEM ESTAR PSICOLÓGICO

 

Na prática clínica, uma das queixas mais freqüentes dos pacientes se refere às alterações no padrão de sono.

Queixas de insônia crônica ou sono excessivo são frequentes; os transtornos do sono estão, muitas vezes, associados a transtornos mentais. É importante destacar que as pessoas diferem em suas necessidades e padrões de sono, dificuldades temporárias em dormir principalmente quando estão muito tensas ou preocupadas são comuns. Não significa que a pessoa esteja com problemas de insônia ou transtornos psicológicos.

A insônia pode ser caracterizada tanto por dificuldade em dormir como em se manter dormindo, ou ainda, pela má qualidade do sono.

Quem sofre destas dificuldades apresenta preocupação com a falta de sono e principalmente, com as conseqüências disso no dia seguinte. A quantidade ou qualidade insatisfatória de sono causam angústia e irritabilidade, interferem na capacidade social e laborativa das pessoas.

Dificuldades constantes para dormir se apresentam muitas vezes como sintomas em quadros depressivos e de ansiedade, na prática clínica as alterações de sono em conjunto com outros fatores são um importante indício para o estabelecimento de um diagnóstico.

Portanto, é importante conhecer e permanecer atento ao seu padrão de sono, pois ele é um importante indício de como anda sua saúde mental.

A seguir, algumas medidas para auxiliar na manutenção de um bom padrão de sono:

 

Levantar sempre no mesmo horário, nem muito cedo nem muito tarde independente da hora que se deitou.

Só ir para a cama com sono, não esperar o sono na cama.

Não usar álcool, cafeína (café) nem nicotina (cigarro) no período noturno.

Evitar cochilos diurnos.

Evitar estimulação noturna como TV, rádio, música alta, não realizar exercícios físicos intensos à noite pouco antes de ir dormir.

Banhos quentes próximos a hora de ir deitar.

Evitar grandes refeições.

Procurar atividades que relaxem à noite.

Manter o quarto confortável: sem ruídos externos, temperatura adequada, relógio silencioso.

Se não conseguir dormir, levantar e realizar alguma atividade tranquila. Não esperar o sono na cama.

Manter-se em atividade durante o dia, a pessoa cansada dorme melhor.

Dormir bem, mas somente o necessário e procurar não ficar na cama depois de acordado.

Ter noção de que algumas pessoas sentem-se bem com 4 horas de sono e outras necessitam de 10 horas, os padrões de sono variam de pessoa para pessoa e cada um deve observar a sua real necessidade.

Fonte consultada: Nardi, A. E. Questões Atuais Sobre Depressão. São Paulo: Lemos Editorial, 2006
Lucivani Soares Zanélla
Psicóloga
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ENTENDENDO A DEPRESSÃO

 

A depressão é um transtorno de humor grave e frequente.

O humor tem uma função adaptativa muito importante para a sobrevivência dos seres humanos. Quando o humor é normal, a pessoa consegue interpretar adequadamente o que acontece ao seu redor, se o ambiente está ou não favorável a si e assim planejar suas respostas a este ambiente de forma adequada. Já em pessoas com quadros de transtorno de humor, esta capacidade está comprometida e a pessoa interpreta o ambiente de forma distorcida, podendo ser excessivamente otimista nos casos de exaltação de humor, ou pessimista nos casos de depressão.

Outra confusão que muitas vezes é feita é com relação a diferença de um episódio ocasional de tristeza e com um quadro depressivo. A tristeza é um sentimento humano normal e corresponde a uma resposta à frustração, decepção, perda ou fracasso. A tristeza não compromete a capacidade de raciocinar, de desempenhar atividades normais ou de reagir de forma favorável a uma boa notícia. A tristeza costuma diminuir com o passar do tempo e somente retorna quando o episódio que a desencadeou é lembrado.

A tristeza não deveria ser confundida com a depressão como muitas vezes acontece. Ao contrário da tristeza, a depressão é uma doença com sintomas físicos e psíquicos bastante claros e intensos. Estes sintomas ocorrem mesmo sem a ocorrência de um fator ambiental que o desencadeie ou mesmo que ocorra um fator estressante, este não é muitas vezes tão grave para justificar a ocorrência dos sintomas.

Dentre os sintomas da depressão podemos destacar:

- Diminuição da disposição para o trabalho e interesse por atividades habituais;
- Irritabilidade;
- Tristeza, cansaço;
- Diminuição da concentração, dificuldades de memória;
- Pensamentos pessimistas, idéias de culpa e ruína;
- Alterações de sono e apetite, tanto para mais como para menos.
- Retraimento social;
- Uso e abuso de drogas;
- Diminuição da libido (desejo sexual);
- Também podem ocorrer alterações motoras, com movimentos mais lentos que o normal ou agitação;
- Ideação suicida.

 

 

Pessoas que sintam alguns destes sintomas constantemente, com intensidade suficiente para comprometer sua vida social e no trabalho, devem procurar atendimento especializado para ser investigada a probabilidade de um quadro depressivo.

Devido à complexidade e diversidade dos sintomas, é importante que o diagnóstico seja realizado por profissional com formação adequada e experiência no assunto.

Existem vários tratamentos para depressão, mas o esquema de tratamento que vem se mostrado como o mais eficaz é a associação de psicoterapia (tratamento psicológico) paralelamente à utilização medicação específica.

A participação da família contribui para a eficácia do tratamento.
O apoio da família pode diminuir o sofrimento psicológico do indivíduo e facilitar sua adesão ao tratamento. Já a indiferença e o preconceito podem comprometer a auto-estima do paciente, a qual já encontra-se bastante fragilizada. Expressões como:

“Largue este remédio! Você pode superar isso com força de vontade, se ajude!” de nada ajudam o paciente a melhorar; pelo contrário muitas vezes pioram ainda mais o quadro depressivo.

A família pode contribuir confortando o paciente, observando seus sintomas e as alterações para assim poder relatar ao profissional que esteja acompanhando o caso. Muitas vezes o paciente observa tudo o que acontece ao seu redor de forma negativa, e somente familiares ou outros observadores próximos são capazes de relatar os fatos relativos aos pacientes com clareza e objetividade.

É importante ressaltar que com o tratamento adequado e este não sendo interrompido precocemente, é possível observar uma melhora significativa na qualidade de vida destes pacientes.

 

 

Referência: Nardi, Antônio Egídio. Questões atuais sobre depressão. 3.ed. rev. e  ampl. São Paulo: Lemos Editorial, 2006.

Lucivani Soares Zanélla
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