História de Mamborê - Vilson Olipa

II PARTE - DIVERSOS

LOCALIZAÇÃO E OUTRAS INFORMAÇÕES

             O Município de Mamborê está localizado na zona fisiográfica do centro-oeste do Estado do Paraná a 24°17’30” latitude e 52°31’36” longitude. Faz parte da Microrregião Homogênea 286 e pertence a COMCAM - Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão.

             O município limita-se com Campo Mourão e Farol ao norte, com Boa Esperança e Juranda a oeste, com Campina da Lagoa e Nova Cantu ao sul e com  Luiziana a leste.

            Apresenta clima sub-tropical úmido mesotérmico, com verões quentes e baixa freqüência de geadas. Janeiro é o mês mais chuvoso e agosto o de pouca precipitação pluviométrica. Não há estação seca definida. A média anual fica em torno de 1.700 mm (EMATER, 1990).

            Com o efeito “El Niño”, as chuvas de verão têm se intensificado e estes têm sido mais quentes, nos últimos anos.

            Quanto à temperatura, a média, nos meses quentes fica acima dos 22 °C e nos meses frios, em torno de 14 ou 15 °C.

            A altitude é 750 metros, em relação ao nível do mar.

            Apresenta relevo suave ondulado e ondulado. A declividade varia de 1 a 45%.

            Os solos são divididos da seguinte maneira: latossolo roxo, 65 %; latossolo vermelho escuro, 13 %; terra roxa estruturada, 12 %; podzólico vermelho-amarelo, 5 % e outros. Calcário e fertilizantes passaram a ser aplicados com bastante intensidade, a partir da década de 80.

            A área total do município é de 75.360,9 hectares, correspondendo a 0,38 % da área do Estado do Paraná. 

            A área urbana de Mamborê é de 2.789.134,52 m².

            No ano de 1997 havia 598 telefones residenciais e 215 comerciais em Mamborê.

            Quanto à energia elétrica, no ano de 1996, chegava a 3.097 residências, havia 322 consumidores comerciais e 847 rurais.

DISTÂNCIAS DE MAMBORÊ

CIDADE

KM

 Curitiba

   494

 Campo Mourão

     36

 Maringá

   125

 Londrina

   245

 Cascavel

   145

 Foz do Iguaçu

   285

 São Paulo-SP

   795

 Guaratuba

   630

 Paranaguá (porto)

   607

 Camboriú-SC

   750

 Brasília-DF

1.200

 

VEGETAÇÃO

              A cobertura vegetal original classifica-se em floresta subtropical perenifólia, destacando-se no extrato superior, araucária, cedro, guajuvira, etc.; no extrato médio, canelas, erva-mate, guabiroba, caroba, taquara, vassourão e xaxim; no extrato inferior, sapé, samambaia, etc.

              A partir dos anos setenta as máquinas começam a chegar à agricultura e, nos anos noventa, a maior parte da área do município é de lavouras mecanizadas, destacando-se a cultura da soja e trigo. A soja ocupa 50.000 hectares, correspondente a 66 % das terras do município

  OCUPAÇÃO DO SOLO  

 Lavouras anuais

58.270

 Lavouras permanentes

       10

 Pastagens cultivadas

11.000

 Reflorestamento  

     600

 Matas naturais

  3.490

 Outras áreas

     490

 Total

73.860

                                                                           Fonte: EMATER  / 1997

 

CULTURAS E OUTRAS INFORMAÇÕES  

  Culturas

Nº de produtores

Área (ha)

Rendimento médio

(kg/ha)

 Algodão

     30

    250

  2.400

 Arroz irrigado

     08

      30

  5.000

 Arroz sequeiro

   100

     100

  1.800

 Cana-de-açúcar

     20

     120

80.000

 Feijão das águas

   150

     150

      740

 Feijão das secas 

     20

     100

      800

 Mandioca

   170

      300

18.000

 Milho

   350

   7.000

  6.000

 Milho safrinha

   150

   3.500

  1.800

 Soja

1.100

50.000

  2.700

 Trigo

   400

20.000

  2.480

                                                                                                      Fonte: EMATER  / 1997

            A erva-mate passa a ser incentivada como opção para os pequenos proprietários rurais e para as áreas não mecanizáveis, mas ainda conta com poucas dezenas de hectares cultivados.

              Há 11.000 hectares em pastagens. Isto equivale a cerca de 15 % da área total do município.

              A seguir o efetivo dos rebanhos existentes em Mamborê, no ano de 1996:  

 Bovinos

18.815

 Suínos

  7.000

 Ovinos

  1.400

 Galinhas

16.000

 Galos, Frangos e Pintos

10.800

                                                                                                 Fonte: EMATER /1997  

HIDROGRAFIA

              A maior parte do município é banhada pela bacia hidrográfica  do Rio Goio-Bang, que faz divisa com os Municípios de Nova Cantu e Campina da Lagoa.

              A seguir, a lista dos rios, arroios e outros e suas respectivas extensões. Está em ordem decrescente, levando em conta a extensão.  

  RIO

EXTENSÃO EM KM

 Goio-Bang

33,5

 Sununu

31,0

 Gavião

29,0

 Tricolor

26,7

 Pedras

21,0

 Guarani

18,7

 Água Grande

17,5

 Tamoyo

14,8

 Lageado

13,7

 Barrinha

13,0

 Sertão

12,3

 Guajuvira

  9,5

 Barreirinha

  8,0

 Ribeirão Mamborê

  7,3

 Água da Onça

  7,0

 Barro Preto

  6,5

 Mutum

  6,5

 Canguçu

  6,3

 Tigre

  5,3

 Piriquito

  3,7

           

  ARROIO

EXTENSÃO EM KM

 Água Grande

12,0

 Lavandonski

10,5

 Sanga Funda

  8,4

 Araçá

  5,0

 Cotia

  4,2

 

CÓRREGOS

EXTENSÃO EM KM

 Água Vista Alta

4,0

 Córrego Pinheiro Seco

4,0

 Água do Bruno

3,5

 

RIBEIRÃO

EXTENSÃO EM KM

 Guajuvira

6,8

 Claro

5,0

 Ranchinho

5,0

 

ERVA-MATE - A LENDA

            Apresentamos a lenda indígena da erva-mate, devido a importância que esta planta teve para o início de Mamborê:

            Era sempre assim: a tribo derrubava um pedaço de mata, plantava a mandioca e o milho, mas depois de quatro ou cinco anos a terra se exauria e a tribo precisava emigrar à terra além.

            Cansado de tais andanças, um velho índio, já muito velho, um dia recusou seguir adiante e preferiu ficar na tapera. A mais jovem de suas filhas, a bela Jary, ficou entre dois corações: seguir adiante, com os moços de sua tribo, ou ficar na solidão, prestando arrimo ao ancião até que a morte o levasse para a paz do Ivy-Marae. Apesar dos rogos dos moços, terminou permanecendo junto ao pai.

            Essa atitude de amor mereceu ter recompensa. Um dia chegou ao rancho um pajé desconhecido e perguntou a Jary o que é que ela queria para se sentir feliz. A moça nada pediu. Mas o velho pai pediu: “Quero renovadas forças para poder seguir adiante e levar Jary ao encontro da tribo que lá se foi”.

            Entregou-lhe o pajé uma planta muito verde, perfumada de bondade, e ensinou que ele plantasse, colhesse as folhas, secasse ao fogo, botasse os pedacinhos num porongo, acrescentasse água quente ou fria e sorvesse essa infusão. “Terás nessa nova bebida uma companhia saudável mesmo nas horas tristonhas da mais cruel solidão”. Dada a receita, partiu.

            Foi assim que nasceu e cresceu a caamini. Dela resultou a bebida caá-y, que os brancos mais tarde adotaram com o nome de chimarrão.

            Sorvendo a verde seiva, o ancião retemperou-se, ganhou força, e pode empreender a longa viagem até o reencontro com os seus.

            Foram recebidos com a maior alegria.

            E a tribo toda adotou o costume de beber da verde erva, amarguentinha e gostosa, que dava força e coragem e confortava amizade mesmo nas horas tristonhas da mais total solidão.

 
 
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