A
VILA MAMBORÊ (1927)
Com a chegada das primeiras famílias de brasileiros, a localidade passa
a ser chamada “Mamburê”, que é uma forma abreviada de “Haamam Amburê”.
Futuramente passaria a ser chamad4a “Mamborê”.
A família Nogueira foi a primeira a chegar, em 1925. Esta era formada
por Fermino Manoel Nogueira, sua esposa Albina Siebre Nogueira e a filha Balbina.
A casa ficava nas proximidades do atual Parque Infantil.
Também vieram alguns parentes de Albina: Salvador Siebre, com a esposa e
dois filhos; Fortunato Siebre, com a esposa e cinco filhos; Feliciano, que era
um mineiro caçador; a família Capote, constituída de uma viúva e dois
filhos.
Entre estes não havia descendentes europeus diretos. Eram brasileiros
dos Estados de Minas Gerais e São Paulo.
Mais tarde vieram João Siebre, Tereza Siebre, Emilio Siebre e Marcos
Siebre.
Alguns destes primeiros moradores eram procedentes da região de Três
Bicos e utilizaram o caminho que passava pela Tapera de Sinhá Ana Coita (atual
Campina do Amoral) para chegar ao povoado. Algumas famílias fixaram-se às
margens do caminho.
As famílias de Francisco Polinari e Neco Valter também fixaram-se na
região.
Com a passar do tempo, mais pessoas chegaram, vindas de diversas
partes do país. Em 1931 ou 1932, Léo Guimarães, procedente de Minas Gerais, instalou uma casa comercial, a qual passaria a
pertencer a Daniel Miranda. Os irmãos Augusto Mendes dos Santos e Antonio
Genciano dos Santos chegaram no início da década de 40 e também fizeram parte
do comércio local.
Era muito difícil a vida dos primeiros comerciantes, pois tinham que
buscar as mercadorias na cidade de Pitanga, distante 120 quilômetros. Esse
transporte era feito através de carroças puxadas por cavalos. Chegavam a levar
até um mês para retornar com os produtos para seus estabelecimentos.
Com a vinda destes pioneiros e seus trabalhos, enfrentando as
dificuldades do lugar, Mamborê já passa a ser uma pequena vila a partir de
1927.
IGREJA
CATÓLICA
A primeira missa celebrada em Mamborê foi na casa de Fermino Manoel
Nogueira em 1934. Foi celebrada pelo padre Paulo Tschorm, S. V. D., na época, pároco
de Guarapuava.
No ano de 1938 Léo Guimarães construiu a primeira capela em honra de
Nossa Senhora Aparecida. Tratava-se de uma promessa feita por ele. Esta media 3
x 4 metros e foi benzida pelo Pe. Aloísio Jacobi, S. V. D., de Campo Mourão.
Localizava-se nos fundos do sobrado do falecido Theodomiro Tibúrcio
(proximidade da Praça das Flores).
Nesta capela, havia terço no primeiro domingo de cada mês. Às vezes,
seguido de leilão. Este dia era chamado, na época, de “Domingo de Mês”.
A primeira Crisma realizada em Mamborê aconteceu em outubro de 1940, com
a vinda de Dom Manoel Koenner e do Pe. Aloísio Jacobi. Dom Manoel retornaria um
ano mais tarde para a segunda Crisma.
A segunda capela localizava-se na atual Praça das Flores, no local onde
está a Quadra Esportiva Livino Krauze. Para a construção da mesma, Augusto
Mendes dos Santos trouxe a madeira de Campo Mourão de carroça. Sua inauguração
foi em 12 de dezembro de 1944, com Primeira Comunhão.
Era costume, ou seja, fazia parte da cultura do
povo, pôr um pinheirinho no alto de uma casa quando da construção da mesma.
De acordo com a tradição, era para dar sorte. No caso da construção de um
paiol, amarravam-se espigas de milho no mesmo, para que a produção fosse
sempre farta para encher a tulha!
O cemitério se localizava onde hoje está o salão paroquial. Na época,
era difícil o trajeto do local onde os poucos moradores se aglomeravam, ou seja
na parte baixa de Mamborê, até o cemitério. O caminho era precário. A área
era coberta por erva-mate e muita formiga saúva.
Quando faleciam moradores mais distantes do povoado, estes eram
transportados em panos até o cemitério. Não se utilizava caixão. O pano era
fixado em uma vara comprida, a qual era colocada nos ombros dos que acompanhavam
o cortejo fúnebre.
Casamento de Joanina Corrêa de Oliveira com Olívio
Mendes e Carula com Miro Crispim. 27/1/1945. Ao fundo, o coreto, localizado nas
proximidades da “segunda capela”.
No início dos anos cinqüenta, teve início a construção da terceira
capela, no local onde está a atual igreja matriz. Na mesma época o cemitério foi mudado para fora do perímetro urbano de Mamborê, onde
permanece até o momento. Quando da escavação para a construção do atual salão
paroquial, ainda encontraram ossadas, apesar do cemitério ter sido transferido
muitos anos antes.
A primeira catequista de Mamborê foi Josefa Barzotto, seguida por Cecília
Mazur, Leonira Lima Caraguinane, Ervina Barzotto (depois irmã religiosa),
Iderziria Santos Sachuk, Emilia Martins Cruz, Frauzina Eker Paixão, etc.
RECOMENDAÇÃO
Até 1945, mais ou menos, havia o costume de, nas quartas e sextas-feiras
da Quaresma, as pessoas saírem cantando e rezando. Encontravam-se no portão do
cemitério e depois paravam em frente as casas dos moradores. Esta tradição
era conhecida como “Recomendação”.
PADRE
ITINERANTE
Houve época na qual o padre passava apenas duas vezes por ano no
povoado. Este, saía de Guarapuava a cavalo e visitava as comunidades até Foz
do Iguaçu.
Os moradores eram responsáveis pelo transporte dos pertences. Por
exemplo: quando se sabia que o padre estava na Tapera de Sinhá Ana Coita, alguém
ia de Mamborê, a cavalo e levava mais um animal para trazer os objetos do
sacerdote. Esta pessoa era denominada “Próprio”.
Após alguns dias, vinha o Próprio da próxima localidade para buscar o
padre e assim sucessivamente.
COMÉRCIO
DE PORCOS
Algumas pessoas, como Antonio Genciano dos Santos, trabalhavam com suínos.
Após conseguir uma grande quantidade de animais, estes eram conduzidos a
Guarapuava, para serem comercializados. Estas viagens duravam em torno de dois
meses, pois iam caminhando.
Alguns dias antes da viagem, entrava o papel das crianças. Estas eram
incumbidas de “ensinar” os porcos a caminhar longos trechos.
No caso de conduzir bovinos, os peões faziam o trabalho a cavalo.
Em 1957, João
Szesz tinha uma balança para pesar porcos nas
proximidades do atual almoxarifado da Prefeitura Municipal. Este transportava e
comercializava os animais em Ponta Grossa. O transporte era feito em seu caminhão.
Também levava panelas e mantimentos. Em caso de chuva, preparava a comida até
que as estradas ficassem em condições de serem trafegadas.
VESTÍGIOS
DO NATIVIDAD
Com o abandono definitivo da região pelos homens de Júlio Allica, os
depósitos de erva-mate permaneceram. O acampamento Natividad era na atual Praça
das Flores. Um deles chegou a ser utilizado por Fermino Manoel Nogueira. Este
localizava-se onde hoje está o Parque Infantil Mamborilândia.
ESTRADAS
Os primeiros caminhos foram abertos pelos paraguaios que trabalhavam na
extração da erva-mate. Estes eram sempre em linha reta. Hoje ainda há algumas
estradas que mantêm praticamente o mesmo traçado. Alguns exemplos: a estrada
de Mamborê à localidade de Gavião e Campina da Lagoa; a Avenida Interventor
Manoel Ribas, seguindo para Pensamento; alguns trechos da atual estrada de
Mamborê ao Canjarana.
O
CICLO DA MADEIRA
Até o ano de 1940 a Vila Mamborê pouco progrediu.
Na época, grandes companhias começaram a colonização no norte do
Estado, surgindo as cidades de Londrina, Maringá, Campo Mourão, entre outras.
Esta região do Estado teve seu início com a vinda de pessoas interessadas no
cultivo de café.
Em Mamborê, estradas foram abertas, em substituição aos precários
caminhos (ou picadas) existentes até então. Os colonizadores chegavam, não
para cultivar café, mas sim para extrair madeiras. A área onde seria o Município
de Mamborê era rica em pinheiros nativos e, num determinado período, chegou a
contar com 30 serrarias em funcionamento.
A Vila Mamborê teve sua economia impulsionada com esta atividade.
Devemos lembrar que muitas olarias existiram neste município, também.
POVOAMENTOS
As primeiras aglomerações de pessoas começaram a surgir na zona rural. Isto deu-se principalmente no final da década de 30 e na de 40, com a
vinda de famílias de vários Estados brasileiros.
Destacamos o Bairro dos Paulistas, atual Canjarana, para onde veio a família
de José Quintino Ribeiro em 1935. Devido a serem do Estado de São Paulo, a
localidade passou a ser chamada “Paulistas”. Este bairro localizava-se nas
proximidades do cemitério do Canjarana.
Outras famílias que habitaram no Bairro dos Paulistas: Mendes, Veiga
(chegou em 1939), Mello de Campos, etc.
Os primeiros moradores do Guarani pertenciam às famílias: Radeski,
Radonski, Carvalho (chegou em 1947), etc.
Na localidade de Pensamento, destacamos: Moreira, Olipa (chegou em 1940),
Gasparello, Borgo (chegou em 1954), Batista, José Emilho, etc.
A região do Lageado recebeu uma grande quantidade de descendentes de
alemães e italianos, oriundos do sul do Brasil. Estes trouxeram e cultivam a língua
dos pais e avós, os costumes, enfim, a rica tradição sulina. No campo da dança,
fundaram o Clube 7 de Setembro, no qual ainda são realizados bailes.
EDUCAÇÃO
- PRIMEIROS PASSOS
De acordo com Teresinha Santos Vieira, ao chegar em Mamborê em 14 de
novembro de 1942, havia uma escola particular, na qual estudou. O único
professor, Antonio Gomes, lecionava em sua casa, localizada na esquina das
atuais Rua Ricardo Kauffmann e Av. Abel Desidério de Araújo (em frente ao
Parque Infantil e ao lado do antigo Hospital). Esta era bem pequena e de chão
batido. Havia dois bancos compridos, um para meninas e outro para meninos.
Este, implantou o sistema de receber várias mensalidades adiantadas.
Numa ocasião, recebeu de pais de alunos o correspondente a cinco meses e logo
deixou a cidade, não devolvendo o dinheiro.
Avelino Bueno foi o primeiro professor municipal, que chegou em 1945,
transferido de Pitanga. Na época Mamborê pertencia a este município. O
professor Avelino lecionava na Capela (denominada “segunda capela”, nesta
obra) e morava na casa que abrigava a “primeira capela”, construída por Léo
Guimarães.
No ano de 1947 Campo Mourão emancipou-se de Pitanga e a Vila Mamborê
teve um representante na primeira Câmara de Vereadores do jovem município.
Tratava-se de Augusto Mendes dos Santos.
Junto a Câmara de Vereadores, Augusto M. dos Santos conseguiu a transferência
de três professoras estaduais para Mamborê: Odila Braz Portugal e Leonira de
Lima, ambas de Pitanga e Wanda Richer Radecki, de Guarapuava. Esta tinha o 2º
Grau, ou seja, era normalista.
Em 1948 os vereadores de Campo Mourão conseguiram, junto à Secretaria
de Educação do Estado, a autorização para que as professoras normalistas
pudessem ministrar um curso para as alunas que já estivessem na terceira série
primária. Com este e, após aprovação em uma banca examinadora, poderiam ser
professoras municipais.
Apenas Mamborê e Peabiru puderam usufruir deste privilégio, visto de
que somente estas duas localidades tinham professoras normalistas para ministrar
o curso.
Com isto, Mamborê ganhou mais cinco professoras: professora Georgeta
Carignano, que lecionava juntamente com a professora Wanda na residência desta;
professora Josefa Mendes, lecionava na chácara pertencente a Augusto Mendes dos
Santos (atual almoxarifado da Prefeitura); professora Neuta Chiminácio (filha
de Antonio Chiminácio), foi trabalhar na localidade onde se localizava a
serraria da família; professora Maria Felema, foi para a serraria da família
Podolan, no rio da Várzea; professora Leonor Moreira, foi para Pensamento.
PROFESSORA
JOANINA
Joanina Corrêa de Oliveira chegou em Mamborê no início dos anos 40.
Foi professora particular no ano de 1948, na igrejinha (primeira capela),
que era feita com tábua lascada e chão batido. Não havia carteira. Utilizava
tábua lascada para fazer a mesa e os bancos. Ao invés de quadro-negro, usava
uma tora de pinheiro e escrevia com carvão. Lecionou assim por um período de 2
anos e tinha um número aproximado de 20 alunos.
ESCOLA
ISOLADA
Foi criada a Escola Isolada de Mamborê, a qual funcionava nas antigas
instalações da casa comercial de Valdomiro Cilião Araújo, atual esquina da
Av. Manoel Francisco da Silva e Rua Ricardo Kauffmann (atual Banco BANESTADO).
Uma observação: na época, as escolas de ensino primário, pertencentes
à rede estadual, recebiam o nome de “Isolada”.
No ano 1952 ou 1953 foi construído o prédio, no quarteirão todo
pertencente ao Estado, para onde a escola foi transferida. Este ficava onde hoje
está a quadra esportiva do Colégio Estadual João XXIII.
Nesta época a responsável pela Escola era a professora Hilda Correia,
que depois seguiu na vida religiosa. A servente, Edite Pinheiro do Prado, era
paga pelas professoras.
GRUPO
ESCOLAR
Em 1956 foi criado o Grupo Escolar, tendo como primeira diretora a
professora Ione Teresinha Malmstron Martins. Este funcionava nas mesmas instalações
da Escola Isolada, ou seja, uma casa de madeira com 4 salas de aula e oferecia
ensino de 1ª a 4ª série.
Nos primeiros anos de funcionamento a limpeza da escola e em volta da
mesma era feita pelos professores, com ajuda dos alunos e pais.
As primeiras serventes foram: Dorvina Pinheiro de Miranda e Aurora
Andrade Almeida.
Fazia-se necessário um turno no horário das 11 às 14 horas, além dos
da manhã e da tarde.
A partir de 1967, após reuniões entre os professores do
estabelecimento, passou a se chamar “Grupo Estadual João XXIII”.
O ensino de 2º Grau teve início em Mamborê em 1971, graças a uma
extensão do Colégio Estadual João de Oliveira Gomes de Campo Mourão. Este
funcionava em salas cedidas pelo Grupo Estadual João XXIII e permaneceu até
1978, tendo como diretora a professora Edna Maimone de Paula. Era denominado Colégio
Paulino Messias - Ensino de 2º Grau e oferecia os cursos de Propedêutico e
Normal Colegial.
Com a Resolução da Secretaria de Estado da Educação Nº 1716/78, o
Segundo Grau mamboreense deixa de ser extensão. A partir do ano de 1979, tem início
a primeira turma de Básico em Administração, concluintes em 1981.
No ano de 1982 aconteceu a junção do 1º e 2º Graus, formando o Colégio
Estadual Paulino Messias - EPSG. Devido ao descontentamento de algumas pessoas,
organizou-se um movimento e retornou o nome antigo: Colégio Estadual João
XXIII - EPSG, com a Resolução Nº 2939/83.
Apresentamos a lista de professores e as datas nas quais tomaram posse no
período 1956 a 1960:
1956 - Iderzina dos Santos
1956 - Maria Domingas Carollo
1958 - Arilda Risnei
1958 - Maria Tereza Ratti
1958 - Maria Tereza Pereira da Silva
1959 - Eugenia Sauka Stadler
1960 - Amelia Felema
1960 - Leony Schwabe
1960 - Silvia Schwabe
1960 - Elfrida Koch de Souza
1960 - Gerasina B. de Oliveira
1960 - Suely Maria Lionço
1960 - Inês Mendes Cruz
1960 - Evanira dos Santos Prado
1960 - Ione de Lima
Diretores e respectivos períodos:
1956-61 - Ione Malmstron Martins
1961-63 - Alzira de Carvalho Freitas
1963-71 - Emilia Martins Cruz
1972-75 - Alaides Roseira Gonçalves
1976-78 - Dolores S. Mattos Peres
1979-80 - Zenaide Paldino Pascolato
1981-85 - Roni Amélia Ianik Tiburcio
1986-87 - Adelia Maria Pazinatto Rota
1988-95 - Rita de Cássia Rodrigues Passos
1995- - Luiza Aparecida Manosso Barszcz
Em 1997 o Colégio contava com 43 professores, 16 funcionários, 641
alunos de 2º Grau e 240 alunos de 1º Grau.
LEGALIZAÇÃO
DAS TERRAS
As terras da região começaram a ser legalizadas no ano de 1944, mais
precisamente no dia primeiro de junho, sob determinação do Interventor Manoel
Ribas. O engenheiro Dr. João Risicz e o agrimensor Polon Radecki demarcaram os
lotes rurais da Colônia Goio-Bang.
Antes desta época, os acordos eram feitos com o auxílio dos Inspetores.
Um exemplo é o de Joaquim Dorneles Barbosa, nomeado Inspetor Municipal e
Policial por Pitanga em 1934. Este, entre muitas outras atribuições, resolvia
problemas de divisas de terrenos e invasão de plantações por animais.
Juvêncio Ferreira de Paula foi Inspetor Municipal durante muitos anos,
nomeado pela prefeitura de Campo Mourão. Depois, foi delegado.
Para iniciar o trabalho de legalização e titulação das terras, uma
reunião foi realizada pelo Inspetor da 5ª Inspetoria Regional de Terras, Dr.
Sady Silva de Guarapuava. Esta aconteceu na residência de Daniel Miranda.
Com a demarcação dos lotes, foram nomeados Claudio Silvério Pinto e
Manoel da Cruz Padilha (Manezinho Guarda) para exercerem a função de Fiscal de
Terras ou Guarda. Para fazer plantações em determinadas áreas, fazia-se
necessário pedir uma autorização para o fiscal.
O traçado da então Vila Mamborê teve seu início em 1946, pelo Dr. João
Risicz.
VIOLÊNCIA
Era costume de muitos moradores, portar uma arma de fogo ou, pelo menos,
uma faca ou punhal. Os desentendimentos não eram muito difíceis de acontecerem
e, como estavam sempre armados, acabava virando em tragédia.
Houve um caso em Mamborê da morte de duas pessoas num dia de Finados no
final da década de 40. O cemitério localizava-se no atual salão paroquial. Um
rapaz estava nas proximidades do portão do cemitério. Em seguida, chegaram
mais dois rapazes a cavalo. Ao apear, o que estava sozinho disse “de hoje em
diante vocês não vão mais me bater”. Os outros dois apenas riram e disseram
“pessoas como você devem apanhar todos os dias” e foram na direção do
mesmo. O rapaz sacou uma arma e atirou nos dois, matando um na hora e ferindo o
outro, que viria a morrer no dia seguinte.
O
PROMISSOR PENSAMENTO
A localidade de Pensamento, que já tinha sido acampamento dos
exploradores de erva-mate, continuou se destacando, até bem recentemente.
Uma prova de sua importância foi um mapa do Brasil adquirido por Augusto
Mendes dos Santos, no qual não aparecia nem Mamborê e nem Campo Mourão, mas
Pensamento, sim!
Local de muitos moradores, um comércio, até certo ponto forte e a
grande serraria de Silvestre Krisziak em funcionamento. Além disso, a estrada
principal, ligando Campo Mourão a Ubiratã, passava pelo centro do povoado.
Numa época, chegou a contar com dois dentistas atendendo.
Pensamento também ficou muito conhecido pelas corridas de cavalo. Há
uma localidade, bem próxima à igreja, a qual ainda é conhecida como Alto da
Raia. Não esquecendo das brigas e mortes muito comuns.
No ano de 1954, quando a família de Oswaldo Borgo chegou, já havia uma
igreja, o cemitério, uma serraria, duas casas de comércio e alguns botecos.
Numa oportunidade, no ano de 1958, após uma corrida, aconteceu uma briga
num bar em frente a igreja. Morreram duas pessoas. Já era noite e chovia. Um
ferido foi trazido para Mamborê no caminhão de propriedade de Oswaldo Borgo.
Em seguida, foi levado para Campo Mourão em um outro caminhão acorrentado,
devido ao barro.
A primeira igreja sofreu algumas reformas e, em 1964, uma outra foi
construída. Esta é dedicada a São
Sebastião e é uma mostra de que a região era realmente rica em madeira.
Construída com parede dupla, está em pleno uso até os dias atuais.
A década de 60 foi a mais próspera para Pensamento. Nessa época, numa
área consideravelmente pequena, havia 57 famílias residindo.
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