O mercado de milho nas últimas semanas tem vivido sobre intensas perspectivas em relação a sua situação de possíveis quebras e preços futuros. Destaca-se abaixo, pontos relevantes para análise e acompanhamento que podem influenciar nos preços futuros.

Na temporada 2011/2012 a produção mundial, já com a correção no relatório do USDA - Departamento Agrícola dos Estados Unidos, em 12 de janeiro do ano corrente, foi de 868,06 mils/ton. Os Estados Unidos esperava colher próximo de 340,00 mils/ton, porém, fechou sua safra com 313,92 mils/ton, tendo uma quebra significativa de 26,08 mils/ton.

Rússia e Ucrânia, por sua vez, se recuperaram da quebra de 2010 e na temporada 2011/2012 vieram com safra cheia próximo de 30 mils/ton.  

A China colheu uma safra recorde de 191,75 mils/ton, no entanto, tudo que ela produz é consumido internamente, principalmente para ração animal. Mesmo com essa safra recorde, há perspectivas de importação na ordem 4,00 mils/ton, para suprir a forte demanda. 

Outros Pontos importantes:

1. Irã - Não esta descartada a interrupção de fornecimento de petróleo para União Europeia. Nesta semana o preço do barril de petróleo pode disparar e puxar as cotações do milho devido a um possível aumento na fabricação de Etanol.
2. Caso se confirme uma quebra que venha a comprometer o abastecimento interno na Argentina, haverá uma possível taxação nas exportações de milho. Lembrando que a Argentina é o segundo maior exportador de milho do mundo.

Os preços no mercado interno devem seguir firme levando em consideração o seguinte:

Segundo CONAB, a produção de milho no Brasil esta estimada em 59,20 mils/ton que acrescidos dos estoques de passagem mais as importações devem chegar 10,00 mils/ton. A oferta do cereal será de 69,20 mils/ton nesta temporada. O consumo interno está estimado em 50,00 mils/ton. Para que as cotações continuem atrativas no mercado doméstico é necessário que o Brasil exporte próximo de 10,00 mils/ton, levando em consideração a forte demanda externa para fabricação de etanol e ração animal, é possível sim, chegar a essa marca.      

O Gráfico abaixo ilustra o mercado do milho desde setembro de 2010:

Márcio Genciano
Análises de Commodities Agrícolas
marciogenciano@bol.com.br